O romancista Abdulrazak Gurnah, de Zanzibar (Tanzânia, leste da África), venceu o prêmio Nobel de Literatura deste ano.
A Academia Sueca fez o anúncio em 7 de outubro de 2021. Nenhum dos livros do autor, escritos em inglês com traços de suaíli, árabe e hindi, foi traduzido no Brasil.
Nascido na ilha de Zanzibar e radicado no Reino Unido, Gurnah se tornou rapidamente um expoente da literatura pós-colonial, com os olhos voltados à África Oriental.
"Os personagens itinerantes de Gurnah, na Inglaterra ou no continente africano, se encontram entre a vida deixada para trás e a vida que vem adiante", disse o porta-voz da Academia Sueca. "Enfrentando o racismo e o preconceito, mas também se impelindo a silenciar a verdade ou reinventar suas biografias para evitar conflito com a realidade."
O escritor se mudou para o Reino Unido aos 18 anos, depois que um conflito armado se iniciou em Zanzibar em meio à perseguição estatal à minoria árabe a que ele pertence
"Sua saída precoce do país explica o papel central do exílio em todos os seus trabalhos, mas também sua falta de nostalgia pela África pré-colonial", acrescentou o porta-voz. "Em Gurnah, você encontrará histórias marcadas por destinos individuais que não se conformam à narrativa colonial da história."