Angola

De caçadores a caça: sobas, Diamang e o Museu do Dundo

Autor
Bevilacqua, Juliana Ribeiro da Silva
Orientação
Mello e Souza, Marina de
Resumo

Nesta tese de doutorado temos por objetivo compreender as relações estabelecidas entre sobas, a Companhia de Diamantes de Angola(Diamang) e o Museu do Dundo entre 1936, ano de criação do Museu, e 1961, ano em que se deu início às lutas anticoloniais em Angola. Se a instalação da Diamang em uma vasta área da Lundaalguns anos após a descoberta de diamantes, em 1912, contou com revoltas lideradas por sobas da região contrários às suas operações,o processo que levou os chefes locais a se tornarem colaboradores dessa Companhia envolveu uma série de negociações diretas com esses homens sem a utilização do uso da força militar. Com os anos e ciente de que a manutenção das boas relações com os sobas era vital para o seu bom funcionamento,a Companhia de Diamantes de Angola criou um sistema de recompensas para beneficiar simbólica e materialmente os chefes considerados colaboradores.O Museu do Dundo assumiu um lugar central para a distribuição dos presentes e se tornou fundamental nas relações entre os sobas e aDiamang. A partir da análise dos objetivos e ações do Museu, e do processo de formação de seu próprio acervo, esta pesquisa pretende revelar e compreender as estratégias e os sentidos da complexa rede de relações que marcaram as negociações entre as populações locais, representadas pelos sobas, e os interesses dessas instituições. Considerado um símbolo da presença colonial portuguesa na África, o Museu do Dundo tinha como principal objetivo a preservação da cultura dos povos da Lunda. No entanto, a investigação de suas atividades procurou demonstrar que seus reais propósitos se alinhavam diretamente com os interesses comerciais e exploratórios da Diamang e da administração colonial portuguesa.

Nzinga Mbandi e as guerras de resistência em Angola. Século XVII

Autor
Mariana Bracks Fonseca
Orientação
Marina de Mello e Souza
Resumo

Esta tese de mestrado procura analisar a trajetória política de Nzinga Mbandi, a mais famosa e controversa personagem da história de Angola no século XVII, tendo em vista o conturbado contexto da expansão da colonização portuguesa na África Central e da instituição do tráfico negreiro, principalmente durante o período em que representou maior oposição aos portugueses, nas décadas de 1620 e 1630. Busca também compreender as estruturas de poder que haviam no reino do Ndongo antes da chegada dos portugueses e como o povo Mbundo se organizava política e economicamente. Nzinga Mbandi desempenhou diferentes papéis durante sua trajetória: cristã, Ngola, Tembanza, rainha de Matamba, etc. A tese busca compreender estes papéis face à disputa pelo controle do Ndongo, em que os portugueses a destituíram do trono e instituíram um novo rei em 1626, para isto, analisa a questão da legitimidade e do poder feminino no reino do Ndongo. Entende Nzinga como a principal líder da resistência contra a presença portuguesa em Angola no período.

Guerra e aliança na África Ocidental, séculos XVI - XVII.

Autor
Alec Ichiro Ito
Orientação
Marina de Mello e Souza
Resumo

O presente texto é um resumo de pesquisa de Iniciação Científica com bolsa RUSP que estudou os primeiros anos da conquista portuguesa do Dongo, núcleo formador da região que passou a ser conhecida como Angola. O tema abordado diz respeito às relações mantidas entre os portugueses e os jagas, povo guerreiro vindo do interior, que serviu de apoio fundamental para a conquista daquele território e a subordinação de chefes ambundos.