Brasil

Bolsas de Mandinga: história e historiografia

Autor
Profa. Dra. Laura de Mello e Souza
Resumo

Bolsas de Mandinga: história e historiografia Profa. Dra. Laura de Mello e Souza Aula inaugural de 2016 do Programa de História Social - FFLCH - USP USP / Université Paris 4 25 de abril de 2016, 17:30 Auditório Nicolau Sevcenko   As bolsas de mandinga foram um artefato muito usado durante os séculos XVII e XVIII no Império Português, sobretudo no Brasil, mas também em Lisboa, onde conheceram um comércio significativo. A análise da historiografia sobre o tema, sobretudo os estudos recentes desenvolvidos por brasileiros e norte-americanos, remetem aos impasses da história cultural na atualidade.      

As várias pontes sobre o Atlântico Sul: relações geopolíticas e econômicas entre o Brasil e a África (passado e presente)

Autor
Alexandre de Freitas Barbosa
Resumo

O objetivo desta aula é tratar de diferentes momentos da política externa brasileira para o continente africano. A partir da obra seminal de José Honório Rodriguez, procura-se demonstrar como a África esteve ausente da política externa brasileira da independência até 1960. Entre os anos 1960 e 1970, principalmente durante os governos Jânio Quadros e João Goulart, e mais adiante no governo Geisel, ainda que não se tenha desenvolvido uma política “africanista” coerente, este continente passou a se integrar no âmbito da “diplomacia do desenvolvimento” praticada pelo Brasil. O objetivo era ganhar autonomia negociadora em relação aos países desenvolvidos nos fóruns internacionais, contando para tanto com apoio dos demais países da periferia capitalista. Relações bilaterais com países fora do mundo desenvolvido também passaram a ser estimuladas. Durante os anos 80 e 90, ainda que a África não tenha propriamente “sumido” da política externa brasileira, ela perde o papel e a relevância que antes havia obtido. Com o governo Lula, o Brasil, agora num novo cenário global, passa a dialogar com a tradição da política externa “desenvolvimentista” dos anos 60 e 70 e a enfatizar novamente a importância do continente africano. Os dados da presença brasileira na África ao longo dos anos 2000 não deixam margem a dúvidas a este respeito. Mas existem várias dúvidas, aí sim, sobre o que o Brasil – o governo, as empresas, a sociedade civil – quer(em) com a África. Ademais de não haver uma coerência entre as várias frentes brasileira de expansão rumo ao continente, em muitos aspectos a presença brasileira geralmente vem acompanhada de aspectos contraditórios, ao menos quando se comparam as dimensões cultural e de cooperação técnica, de um lado, com as de cunho mais econômico e geopolítico, de outro. Na aula, os temas serão organizados em torno de quatro grandes eixos: 1. A Política Externa Brasileira no pós-Independência (até 1960): entre o Ocidentalismo e o Regionalismo; 2. A África “Ingressa” na Política Externa Brasileira (anos 60 e 70); 3. O Retorno da África à Política Externa Brasileira no Governo Lula; 4. A Presença do Brasil na África Hoje: Relações Contraditórias entre a “Conexão Cultural”, a Cooperação Técnica, os Interesses Econômicos e as Relações Geopolíticas

Tratados médicos e doenças dos escravizados

Autor
Márcia Moisés Ribeiro
Resumo

A proposta da aula é discutir a produção de tratados médicos que circularam pelo universo colonial escravista e pelo mundo Atlântico do século XVIII. Apresentados em várias versões, esses livros circularam entre cirurgiões e práticos, fazendeiros, donos de plantations, proprietários de navios e mercadores interessados na mercadoria escrava. Na aula serão analisados  trechos de alguns dos livros apresentados no início o que propiciará   a visualização dos diálogos culturais estabelecidos entre o Brasil e as Áfricas. Texto de base para a aula:  WISSENBACH, Maria Cristina Cortez. Cirurgiões do Atlântico Sul- conhecimento médico e terapêutico nos circuitos do tráfico e da escravidão (séculos XVII-XIX) Anais do XVVV Encontro Regional de História- O lugar da História. ANPUH/SP- UNICAMP, Campinas, 6 a10 de setembro de 2004. Cd-Rom.